domingo, 3 de fevereiro de 2008

335 - O tejo é mais belo















O problema é que, hoje, me refiro ao mesmo rio (imagem do Tejo tirada em Escaroupim a 2 de Fev 08)


poema XX, Alberto Caeiro

O Tejo é mais belo que o rio que corre na minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre na minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêm em tudo o que lá não está,
A memória das Naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.

Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior que o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

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