Um dia, há muitos anos atrás, numa aula um professor de que nem simpatizava muito leu-nos um poema que tenho a consciência de que foi o primeiro poema que me marcou.
Hoje trago-o aqui, não porque me sinta objecto dele ou a sua concretização. Aliás, neste momento, nem tempo há para sonhar tal a voracidade do tempo que não chega para tudo, mas trago-o porque a sua beleza me continua a cativar e foi citado por diversas vezes no meu círculo de trabalho.
O SONHO
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama, Pelo Sonho é que Vamos
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