segunda-feira, 3 de setembro de 2007

249 - propósitos de um novo ano















(com a devida vénia à Teresa M. Blog Tempo de teia)
Promessa(s)...

Hoje que o ano começa
e p´ra que comece bem
vou fazer uma promessa
ao meu pai e à minha mãe...

Prometo, que eu sou boazinha,
rigorosa obediência
aos decretos, circulares
regras, leis e invenções
que o novo ano me traga
que nas férias fiquei zen
treinei minha paciência
até nem quis ser titular
e resisto a qualquer praga.

Prometo também, todavia,
nunca ficar calada
e dizer a qualquer hora
quando o juízo indicar
que não concordo com lei
que faça a já pobre escola
transformada em caranguejo
só para trás caminhar.

Prometo, ainda, abraçar
o melhor que posso e sei
tudo o que faz sentido
e mantém a chama acesa
mas ser só à superfície
corpo a boiar sem entrega
na montanha de papéis
da estéril burocracia
que em cada ano nos chega.

Prometo (oh se prometo!)
continuar a tecer
sonhos, asas, fantasias
vestir a minha armadura
levantar bem alto a espada
e combater os dragões
os piratas, os ladrões
para salvar sem temor
sem medalhas, nem louvor
aquela que é minha amada.

Hoje que o ano começa
e p´ra que comece bem
vou fazer uma promessa
ao meu pai e à minha mãe...

Prometo que não prometo
prometer o que não posso
(ser chão, tapete, alcatifa)
nunca a ninguém prometer
que promessas dessas sabemos
é no vento que se montam
e partem depressa a correr
levadas p'ra não sei onde
lá onde o escuro se esconde
e eu nem quero saber.


A todos vocês: um bom regresso de olhos sempre mais além.


(o "refrão"... quadra de partida, retirei-o da memória de um qualquer poema que me lembro de recitar mas não sei de quem é... alguém sabe?)


ADENDA 1: A esta pergunta respondeu a bell... Obrigada! Lembrava-me das duas primeiras quadras de cor... mas depois... "a coisa" perdia-se lá para os lados da infância...

O poema é de Maria Isabel Mendonça Soares:

"Hoje, que o ano começa,
e para que comece bem,
vou fazer uma promessa
ao meu pai e à minha mãe.

E para não a esquecer
e que ninguém me desminta,
nesta folha de papel
aqui fica escrita a tinta.

Prometo solenemente
não brigar com o meu irmão,
repartir com toda a gente
brinquedos, bolos ou pão;

ter sempre tanto juízo
quer de dia, quer de noite,
que nunca há-de ser preciso
apanhar nenhum açoite.

Se assim fizer, hei-de ter
muitos amigos e amigas
porque a amizade se pega
mais que o sarampo e as bexigas."

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